segunda-feira, julho 30, 2012

O pessimismo engasgado

A cidade de pedra.
Os sonhos de pedra.
As pessoas de pedra.
A cidade de pedra.

A chuva gelada e fina, se misturava com as gotas que brotavam dos meus olhos.
Caminhei por ruas e ruas sem ver nada, era um atentado contra a minha própria vida...
Eu sabia que chegaria a hora em que eu simplesmente pararia de sentir qualquer coisa, pois eu fui incapaz durante todos os novos anos de nutrir novos sentimentos, e em algum momento eu iria esvaziar todo o meu estoque.
Me sinto vazia, e essa é a sensação; Não sinto dor, amargura ou tristeza. Eu não sinto nada, senhoras e senhores.
Essa é a fase critica da vida! Nada faz sentido e te falta vontade de abrir os olhos.

Estou a 3 meses me recompondo do que foram esses 3 anos, um mês para cada ano? Deve ser. Então chegamos ao ponto de começar de novo. Começar o quê? Pra quê?
Eu não me importo em não pentear os cabelos, ou com as roupas novas.
Não me importo em comer arroz e feijão todos os dias, não me importo em conhecer novas pessoas.
Eu não me importo em ter um emprego e estou começando a não me importar com as contas que estão formando uma torre em minha mesa na entrada.
Eis aqui o que me importa ainda: Me importo com a minha inteligencia, que não usarei para nada, mas a levarei contente para o meu túmulo ou para alguma conversa estúpida com jovens imbecis. Me importo com o sexo, eu até mesmo gosto de chegar ao orgasmo eventualmente. Eu ainda me importo em parecer bem sucedida aos meus familiares, e eu consigo, mesmo não tendo nada, eu deveria estar em alguma grande filme de Hollywood com o meu grau de atuação.
E é isso que tem sido durante todo esse tempo? Eu, atuando, as pessoas, acreditando.

Gostaria de dizer as pessoas que me amam, ou as que não aguentam um bom acontecimento terrível: Não esperem que essa história termine em tragédia, não existe nenhuma.
Encaro o futuro como uma eternidade de provocações e fastio. Minha covardia me impede de por fim aos meus dias.
Vou continuar a sub-existir e sub-viver até... bom, não sei o que vem depois e se uma hora passa.
Amanhã mesmo, colocarei minha melhor máscara e encararei um novo recomeço, o qual não me empolga e não me significa nada. Eu simplesmente estou tentando dar a minima.
Vou fazer isso até que eu morra.
A humanidade sofre. E eu sofro com ela.