domingo, maio 23, 2010

Memories of Shane


As bebidas baratas de motéis sinalizavam que aquela era a minha ultima vez naquele tipo de lugar já se seria o ultimo sexo com pensamentos em outro corpo eu já não podia dizer o mesmo. minha pele se arrepiava, minha respiração aumentava, meu corpo acompanhando um corpo que não estava ali por isso eu precisava estar de olhos fechados a maior parte do tempo quando os abria o choque era imediato e quase impossível de disfarçar. Ela me olhava com confusão nos olhos me perguntando sem proferir uma palavra o porque de eu estar a olhando daquela forma eu queria dizer 'querida eu simplesmente estou me perguntando porque estou fazendo isso de novo, com outra pessoa, em outro motel, com alguém que não é nada, com um corpo que eu não quero' mas eu me limitava a sorrir e colocar meu corpo por cima do dela a fazendo acreditar que aquilo era exatamente o que eu queria, sem nunca transparecer a indiferença em quaisquer que fossem os meus atos. Eu a escutava ofegante em baixo de mim, se retorcendo de prazer, com baixos gemidos contínuos... Garotas amam os seus dramas, e talvez amem ser enganadas. Não existe ninguém que entenda mais de garotas do que uma que "cuide" delas também. Era incomodo ter que fingir sentir algo com o seu toque, era incomodo ter que a fazer acreditar que realmente aquilo me fazia sentir algo, quando em meus pensamentos tão ferozmente eu queria ele. Como viver de tofu, dormir com garotas fingia te saciar mais no fundo você ainda estava com fome... fome por algo que ela não tinha como te dar. Eu me mantive com garotas por algum tempo, era simplesmente mais seguro e mais fácil manter suas genitais longe do meu coração e era sempre uma confusão épica as explicar que eu não as voltaria ver, como eu disse, garotas amam os seus dramas. Como pode você me machucar tanto ao ponto de me fazer ser assim como eu sou, iludindo pobres meninas e sempre amanhecendo sozinha. Levantei enquanto ela dormia e enchi um copo generoso de vodka pura de uma marca vagabunda que mais parecia álcool de cozinha. Acendi meu cigarro e sentei próxima a janela apenas de camiseta e calcinha, olhando atentamente os carros indo e vindo com seus faróis altos, corriam como meus pensamentos mas estavam longe igualmente. Coloquei minhas roupas antes que ela acordasse e sai sem dizer uma palavra, ela acordaria em profunda devastão como todas. Dirigi o mais rápido que pude a lugar algum até que comecei a reconhecer onde eu estava indo mas não tive forças para me obrigar a voltar, quando parei estava na frente da casa daquele que fez uma cratera em meu peito com lágrimas nos olhos eu queria gritar ao mundo tudo que você me fez sentir, tudo que me fazia sentir todos os dias, que me fazia ser com outras garotas que não me significavam nada. Queria te explicar que estar com elas era a minha vingança de qualquer coisa e que a culpa era sua. Parada ali a alguns minutos liguei o carro novamente dirigindo para o meu abrigo seguro, prometendo que aquela teria sido a ultima a pagar por algo que não fez. Prometendo que a sua vingança já bastava e que de corpos femininos ela não se lambuzaria mais, não por culpa de um outro. Amanhã é sexta feira e é provável que todas as minhas promessas sejam esquecidas.

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