quinta-feira, março 31, 2011
Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.
Caio F.
E não deve ser tão errado achar tudo isso pesado, crianças deveriam ser mantidas longe de armas. Não deveria ser certo se despedaçar assim, não deves ser tão comum aos olhos... Quando a gente cresce? quando a gente aprende a lidar com tudo sem doer, doer tanto? quantas quadras você correria pra se sentir parte da paisagem e a dor entorpecer? O meu piano parece amenizar as coisas, ou o mesmo copo de martine, eu queria realmente beber até cair e acordar quando o mar estiver calmo de novo, livre das ondas tão raivosas. Dormir pra fugir, quantos dias dormidos seriam necessários então? O peso pode ser compartilhado ou não... As tormentas vem, quantas e tantas vezes for necessário, depois delas algo muda, tudo se recoloca, até que um dia tudo vai estar no lugar e as tormentas serão mais piedosas. Até lá chorar ou se sentir frustrada é opcional... Pare de cobrar a perfeição de você, dos outros, do mundo. Isso é um emaranhado de erros e acertos, ninguém chegou onde chegou acertando de primeira, tudo passa entende? tudo é fase. O que te faz ser alguém de verdade é como passa por isso, é como você encara a manhã seguinte.
quarta-feira, março 30, 2011
domingo, março 27, 2011
quarta-feira, março 23, 2011
Como diria meu amigo Caio F. “Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos.”
Afinal o essencial não é invisível aos olhos não, é tão sólido que é possível até tocar.
Breathe ?
terça-feira, março 22, 2011
Hoje não era uma exceção de mudança da beleza padrão das manhãs da cidade. Céu azul esbranquiçado pelas nuvens que já começavam a se dispersar, pessoas presas à rotina passavam de diversas maneiras pelas ruas mesmo diante da visível apatia de começo de um dia. De fato, tudo parecia estavelmente normal - até eu estava te esperando do mesmo jeito torto que me equilibro na porta da sua casa, esperando finalmente suas palavras, sua presença, seu olhar. Porém, quando chegou, havia algo errado com você, não era algo muito difícil de notar. Seu sorriso pareceu errado e distante daquele momento, seus braços rentes a si mesma pareceram uma fortaleza construída às pressas a qual eu não conseguia decifrar ou entender o motivo. Perguntei se você estava bem, e, embora sempre essa pergunta esteja envolvida pela nostalgia rotineira, eu queria mesmo uma resposta sua, uma resposta correta e que me ajudasse a solucionar o que lhe afligia. Você disse com a boca entreaberta apenas um bem, que pareceu apenas mais um tijolo para me manter afastado ainda mais de você. Te envolvi com meus braços mas isso não foi necessariamente um abraço. Sempre fiz isso e posso dizer que era algo prazeroso a se fazer porque eu me sentia feliz, mas exatamente nesse momento, meus braços cansaram de ficar levantados para abraçar o vazio. A gravidade venceu aquele sentimento que eu achava a coisa mais resistente que existia. Sinceramente, aquele momento pareceu mais complexo que uma série de emoções e fatos que aconteciam naquele instante. Ficamos em silêncio enquanto andávamos – mais lentos que o normal – pelas ruas já não silenciosas da cidade. Olhei para seu rosto mais uma vez e não sei por que não me surpreendi quando vi uma gota escorregando por seus olhos. Lenta, escondida e pequena. Você a tirou rápido do rosto. Bem, parece que seu castelo havia sido construído com tijolos soltos. Perguntei o que estava sentindo, implorei de um modo mais convincente para que me dissesse a verdade. Você desviou os olhos, balançou a cabeça e soltou um sorriso, novamente errado, e disse que era uma noite mal dormida. O que eu já via como seu problema invisível já começava a me incomodar. Ainda era manhã, o momento parecia tão errado quanto comemorar uma vitória em um velório, mas eu senti necessidade de dizer como eu me sentia em relação a você. Felicidade, amor, completo, leveza… tudo pareceu tão inútil quanto velhas roupas. Sim, pareciam ter algum significado para mim, mas agora parecia algo mentiroso, algo deserto. Preferi nada mais dizer. Com minhas mãos dentro do bolso, andei ao seu lado em ritmo dessincronizado. Algumas vezes muito na frente, às vezes por trás para te analisar. Enfim chegamos na esquina que nos separaríamos temporariamente. De alguma forma, uma pequena parte de mim entendeu aquilo como algo eterno. Desculpe se chorei mesmo querendo conter cada lágrima que saia. Não as enxuguei como você, e minhas mãos estavam muito apertadas no bolso para conseguirem sair para me despedir. Você finalmente sorriu do modo que sempre me lembro de você, desde a primeira vez. Me abraçou pela cintura e nada disse naquela hora. Embora eu não tivesse tirado meus braços, aquilo pareceu, sim, um abraço, e não aquele aperto chocho que eu havia dado em você mais cedo. Sussurrou no meu ouvido que me amava e que sairia no horário de costume do trabalho. Balancei a cabeça, calado o bastante ao tentar lidar com a vergonha que me domava no momento. A vi atravessar a rua e ficar cada vez menor enquanto se distanciava. Se estou errado ou não, o problema invisível que eu havia visto pareceu ser desmascarado como um vazio apenas: o mesmo vazio que eu tinha avistado. Parece que eu fiquei tanto tempo tentando achar você como se você fosse apenas uma pessoa feliz, sem percalços e problemas, ao invés de ver que você também era aquela pessoa preocupada. Algo pareceu fazer mais sentido agora. Me sinto como se estivesse acabando de te conhecer. Limpei o rosto antes de voltar a caminhar para meu rumo. Irresistível não contar os minutos mesmo que apenas inconscientemente esperando nosso encontro. Sim, a rua continuava calma. A agitação que começava apenas fazia parte do dia. O costume não falha.
- Aleex Zalache.
sexta-feira, março 18, 2011
“Nas pernas escuras da moça havia muitas cicatrizes brancas pequeninas. E pensei: será que essas cicatrizes estão no seu corpo inteiro como as luas e estrelas no seu vestido? Achei que isso também seria bonito, e peço-lhe neste instante para que faça o favor de concordar comigo que uma cicatriz nunca é feia. Isto é o que aqueles que produzem as cicatrizes querem que pensemos. Mas você e eu temos de fazer um acordo e desafiá-los. Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Combinado? Este vai ser nosso segredo. Porque, acredite em mim, uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa ‘eu sobrevivi’.
Daqui a pouquinho vou falar umas palavras tristes para você. Mas você deve escutá-las da mesma maneira como combinamos ver as cicatrizes. Palavras tristes são apenas uma outra forma de beleza. Uma historia triste quer dizer: esta contadora de histórias está viva. Daí a pouco, alguma coisa boa vai acontecer com ela, uma coisa maravilhosa, e ela vai se virar e sorrir”.
trecho do livro Pequena Abelha, de Chris Cleave.
sábado, março 12, 2011
Ana, o céu e o mar.
Veio de manhã molhar os pés na primeira onda, abriu os braços devagar e se entregou ao vento. O sol veio avisar que de noite ele seria a lua, pra poder iluminar Ana, o céu e o mar. Ana aproveitava os carinhos do mundo os quatro elementos de tudo deitada diante do mar, que apaixonado entregava as conchas mais belas, tesouros de barcos e velas, que o tempo não deixou voltar. Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina? Quem já conseguiu dominar o amor? Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa? Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar... Quando Ana entra n'água o sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo abençoando ondas cada vez mais altas, barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar desse novo amor... Ana e o mar.
sexta-feira, março 11, 2011
Estar longe de quem a gente ama é tão estúpido que chegar a ser doentio, e agora é tão necessário... a hora certa, qual é a hora certa?
Eu não gosto de dormir sozinha, e eu não gosto de ter todos os olhares sobre mim quando o seu esta longe.
Eu não gosto de não ter alguém dedilhando minha cintura e me puxando pra perto, amor eu não gosto de nada disso.
Era um plano perfeito, ficar sozinha move on e então você destruiu tudo e fez do céu incomodo azul o cinza que me trazia a esquecida paz.
Eu guardei teu gosto em mim e as suas palavras sussurradas fincadas em meus ouvidos.
Estarei esperando quando for correto, quando for seguro...
Contos de fadas começam tristes e acabam felizes, eu só estaria assustada se tivéssemos começado felizes e então eu acho que terminaríamos tristes, não foi o caso, era um campo de batalhas.
Agora é uma guerra vencida.
quinta-feira, março 10, 2011
About Snooker
Sua postura, seus olhos fixos, sua concentração... a forma como o corpo se porta, seu andar ao redor da mesa, o sorriso malicioso.
Eu poderia passar horas observando e me deliciando, eu guardei isso na memória.